quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

  Acordei, em meio à manhã de sábado, com a claridade da janela aberta em meu rosto. Ele estava ali, deitado ao meu lado, envolvendo-me em seus braços, aquecendo-me com seu calor. Cuidadosamente saí da cama e fui preparar nosso café da manhã, o qual levaria até a cama para ele. Quando cheguei ao quarto, o vi na porta do banheiro e recebi um sorriso. Ele veio para perto, tirou a bandeja de minhas mãos e me puxou num abraço aconchegante, enchendo-me de beijos. Apreciamos nossas frutas e chocolates e fomos para fora. Estávamos em nossa casa de praia, isolada de tudo. Ficamos algum tempo sentados na beira do mar, sentindo a água bater em nossos pés, enquanto conversávamos sobre coisas sem noção. Ele me abraçou, me puxou em seu colo e começou a me acariciar, enquanto beijava meu corpo. Em seguida, lentamente me despiu e, logo, estávamos nos amando nas brancas areias da praia. Ele sussurrou em meu ouvido:
  - Eu te amo, querida.
  Então despertei, e descobri que não se passou de um sonho.

-thais de moura.

domingo, 18 de dezembro de 2011

  Despertei de um sono aparentemente profundo. Ao me levantar, logo vi que estava sobre um caixão. Não entendi bem o que estava acontecendo. Olhei à minha volta, eu estava na igreja. Havia um rapaz lá dentro, andando em direção à porta. Observei-o. Era ele, Arthur. Gritei seu nome. Ele se virou rapidamente, evidentemente assustado. Desci cuidadosamente de meu leito. Ele permaneceu parado, com a boca semi aberta. Corri ao seu encontro e o abracei, com todas as forças que pude. Afastando minha cabeça de seu peito, ele segurou meu rosto e me beijou apaixonadamente. Pude sentir toda sua saudade e sofrimento naquele único beijo. Trocamos algumas palavras e ficamos abraçados por um tempo, em silêncio. De repente, senti uma dor aguda no peito. Paralisei. Vozes escondidas nos cantos escuros da igreja começaram a me chamar. A dor se tornou insuportável. Entendi que eu tinha de partir novamente. Dessa vez para sempre.
  - Eu te amo, Arthur. – Falei, fechando meus olhos.
  Lentamente, minha vida foi se esvaindo; logo, estava fora de meu próprio corpo. Relutei em ir, pois a angústia começava a tomar conta de Arthur. Ele implorava para que eu não o abandonasse outra vez. Eu tentei, mas as vozes me levaram para outro lugar. Um lugar feito apenas de claridade, sem sinal de vida, sem sinal de nada.
- thais de moura.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O mundo poderia ser bom.

   E eu me pergunto se será assim para sempre. Toda essa futilidade, ganância, ignorância... Toda essa irracionalidade permanecerá até o fim dos tempos?
   As pessoas deveriam ter ganância de igualdade, sede de amor, o poder da compaixão.
   Se, por exemplo, houvesse um apocalipse zumbi ou algo que matasse quase toda a população mundial?  Será que pelo menos assim as pessoas tentariam se igualar? Será que se importariam em ajudar os outros a sobreviver? Ou será que continuariam fazendo-se de superiores, querendo tudo pra si, pensando apenas em si?
   O que custa tentarmos mudar? Pelo menos evitar algumas atitudes preconceituosas. O que tem demais em ser magrelo, gordo, preto, amarelo, tatuado ou ter piercings? Por que ser branco tem que ser o certo? Toda essa bobagem de rebaixar os outros apenas prova o que nos deixa em dúvida às vezes: vocês são os piores seres que já habitaram a Terra. Se vocês realmente soubessem o quanto isso é patético, não se mostrariam tão fortes por medo de perder a miséria de vida que têm. Aliás, o que é uma vida com dinheiro? Maravilhosa, de certo. Mas, o que é uma vida com dinheiro e sem amor? Sem amizades? Sem o importante? É apenas uma mentira.
   Se começássemos a mudar pequenas atitudes, promoveríamos grandes mudanças. O que aconteceria de pior seria a queda de algumas pessoas; pessoas que vivem pelo dinheiro, pelo poder, pessoas que conseguem tudo à base de chantagem ou coisas parecidas. Eu não me importo. Alguém se importa? Quero dizer, alguém decente. Se isso acontecesse, milhões de pessoas teriam acesso a pelo menos uma qualidade de vida mínima para a sobrevivência. E o que tem de errado nisso?


-thais de moura.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Emma foi até a geladeira e pegou algumas garrafas de cerveja. Colocou-as sobre a mesa de centro e se jogou desajeitadamente sobre o sofá. Durante um tempo, ficou perdida em pensamentos, tentando entender porque aquilo tinha de acontecer justamente com ela, que nunca fez mal a ninguém. A campainha tocou. Tocou novamente e ela cambaleou desanimada até a porta e a abriu sem verificar quem era.
Seu coração acelerou e por pouco não soltou a garrafa. Jimmy pegou sua mão e a acariciou, em silêncio.
- Desde que brigamos me senti vazio de uma forma estranha, mas por mais que procurasse, eu não encontrava uma resposta. Só então percebi o que faltava, não havia como negar, eu precisava de você. Eu menti muito, mas sempre fui sincero sobre meus sentimentos; só queria que soubesse disso. Amanhã pego o vôo para Los Angeles, portanto adeus, Emma.
Ele a beijou no rosto e, devagar, soltou suas mãos. Emma não conseguiu emitir qualquer reação, até que Jimmy parou em frente ao elevador e a olhou com uma forte expressão triste nos olhos. Quando a porta se fechava, ela subitamente correu em direção a Jimmy, puxando-o pra fora.
- É bom saber que não tive certeza de uma mentira. – E o olhou nos olhos. – Fique comigo Jimmy.
Emma trouxe o rosto de Jimmy para perto do seu e o beijou, como se estivessem separados há anos. Ele completou o abraço e a pegou no colo, levando-a, em seguida, para dentro do apartamento. Trancou a porta e a carregou até o quarto. Deitou-a na cama com carinho e se deitou sobre ela sedutoramente. Beijaram-se durante alguns minutos, até se despirem lentamente e darem início a uma hipnotizante noite de amor, envolta em pedidos de desculpa e promessas de amor.

thais de moura;

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Seize the day or die regretting the time you lost ♪

Eu assisto filmes, leio histórias e ouço falar em pessoas que descobrem não ter muito tempo de vida e, normalmente, estabelecem alguns objetivos possíveis. Eu me emociono e penso:
“Eu devia aproveitar mais minha vida, como se cada dia fosse último.”; mas o tempo passa e eu continuo gastando meus dias com coisas fúteis, quase sem perceber. Às vezes fico brigada com alguém ou escondo meus sentimentos, mas me preocupo em me despedir corretamente das pessoas que gosto, mesmo que eu vá vê-las dali a minutos. Sempre pode ser a última vez. Cada segundo pode ser o último. Posso dizer, com certeza, que meu maior erro é não saber aproveitar bem meu tempo vago; o certo seria fazer coisas saudáveis, produtivas e alegres, correr atrás de meus pequenos e grandes sonhos e não perder tempo lamentando ou remoendo ódio, e sim perdoar e viver em harmonia. Portanto, carpe diem.
thais de moura;

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A casa está cheia de rosas;


 A casa está cheia de rosas, há inúmeras cartas de pêsames espalhadas pela mesa. Lágrimas e palavras tristes saem daqueles que se importam com a situação. A canção da morte emana dos violinos, ajudando a cobrir o salão com soluços silenciosos.
 Ouço pedidos de socorro, mas não os atendo. Sei que estão apenas em minha mente. Talvez seja um pingo de culpa tentando se manifestar.
Não sei como posso ter o sangue tão frio: estou no velório da minha vítima.
 Eu o amei, mas tinha de cumprir meu dever. Eu o prometi amor eterno e o matei. Amar é crime em meu mundo, então eu tinha de me redimir.
 Eu mato aqueles que me são apontados. Se eu não cumprir as ordens, serei expulsa de meu lar; e não desejo ser banida.
 Sou um anjo da morte.
 Quem sabe minha próxima vítima possa ser você.

thais de moura;

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Amantes.

Era um jovem casal. Ambos em torno dos dezessete anos. Eles eram o exemplo vivo do amor. O exemplo de que o amor vence barreiras. Inclusive a distância. Não importava o quão longe fosse. Nada podia separá-los. Até que um dia a incerteza dela levou-o a acabar com o namoro. A mágoa presente no coração dele e o arrependimento estancado no coração dela não passavam. Por eles estarem separados, cada dia parecia uma eternidade. Na realidade, era difícil superar cada hora do dia. Era como se não houvesse mais motivo para viver. Ela tentou convencê-lo de que estava arrependida o máximo possível. E que ele devia perdoá-la. E tentar esquecer tudo aquilo. Mas não era fácil. Mesmo sabendo que a amava, ele não conseguia. Simplesmente não conseguia. Ele tentou preencher o vazio no peito. Ela tentou preencher o vazio no peito. Ambos não puderam. Ele escondeu seu sofrimento. Ela não conseguiu esconder. Aquilo tomava conta de seu corpo. Tinha certeza que o amava. Tinha certeza que o amaria pro resto da vida. Que ele era o amor de sua vida. Ele sabia que a amava. Sabia sim. E sabia que também a amaria pro resto de sua vida. Só não conseguia admitir. Não conseguia se expressar. Passou-se o tempo. Um longo tempo. Um dia, quando eles sentiam menos dor no coração, se encontraram. Encontraram-se sem mais nem menos. Em uma cidadezinha sem sentido. Em um lugar sem sentido. Em uma hora sem sentido. Paralisaram. Olharam-se demoradamente. Até finalmente tomarem coragem de olhar um nos olhos do outro. Olharam. Sentiram o amor voltar. Sentiram o amor invadir cada milímetro de seus corpos. Largaram as coisas na calçada. Correram ao encontro. Abraçaram-se forte. Abraçaram-se muito forte. Ele segurou o rosto dela. Olharam-se nos olhos novamente. Ele a beijou. Ela o beijou. Esqueceram-se de tudo o que havia se passado. Esqueceram-se do mundo a sua volta. E se amaram. Amaram-se até o último dia de suas vidas.


thais de moura;

quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Na guerra, meu escudo é minha mente. Dos soldados brutos, suas espadas não me ferem. Pois corpos materiais não atravessam o pensamento." (Marcos Rubens da Silva Júnior)